Julgamento 2005 - Parte 7


PARTE 7

23/04/04 - DEFESA IRÁ CONTESTAR INDICIAMENTO– Apesar, de já ter se referido, a um julgamento em nota oficial, a defesa de Michael Jackson está se preparando para contestar a decisão do Grande Júri que indiciou o cantor por supostamente ter molestado sexualmente um menor. A defesa já vinha alegando que o promotor Tom Sneddon não estaria apresentando aos jurados, evidências que tenderiam a exonerar o astro do processo. Outra queixa já anteriormente apresentada diz respeito à proibição judicial de que a defesa questionasse as testemunhas sobre seus depoimentos ao Grande Júri. A forma exata em que a contestação se dará depende da transcrição das entrevistas realizadas pelo Grande Júri que a defesa receberá em 10 dias, como prevê a lei da Califórnia, pois o promotor do caso se recusou a antecipar a defesa mesmo o conteúdo exato das acusações sob as quais Jackson foi indiciado. A defesa só soube do indiciamento pela TV, como todos mais.
por Andréa Faggion
fonte: NY Times; NY Daily News; MJJForum



25/04/04 - NOVA BUSCA, REALIZADA NO CASO JACKSON- Desta vez o promotor Tom Sneddon, obteve um mandado de busca para a apreensão de contas de telefone celular da companhia americana Verizon. A razão da busca bem como as informações obtidas ficarão sob sigilo de justiça ao menos até a próxima audiência do caso, a ser realizada no dia 30 de abril.
por Andréa Faggion
fonte: MJJSource; MJJForum


25/04/04 - GERAGOS E BRAFMAN ESTÃO FORA DO CASO - Thomas Mesereau Jr. é o novo advogado de Michael Jackson. Mesereau fará uma declaração sobre o assunto mais tarde ou amanhã. Brafman deu a seguinte declaração a Associated Press: "Com base em desenvolvimentos recentes e discussões com várias pessoas da equipe de Michael Jackson, tornou-se claro que seria melhor se Mark e eu decidíssemos nos afastar. E isso é o que nós resolvemos fazer por razões que nós escolhemos não discutir publicamente. Nós dois desejamos o bem de Michael".
por Andréa Faggion
fonte: AP; MJJForum


29/04/04 - TOM SNEDDON EXPOSTO - Em novembro de 2003, o promotor Tom Sneddon não conseguiu esconder sua satisfação pela prisão de Michael Jackson em uma conferência de imprensa, fato que lhe valeu a desconfiança de muitos e a necessidade de um pedido formal de desculpas. No entanto, só agora a mídia americana tornou pública a razão da quase comemoração do promotor pela prisão do Rei do Pop. De fato, tratava-se de uma vitória pessoal de Sneddon.

Um memorando oficial divulgado hoje, datado de novembro de 2003, escrito e assinado pelo próprio promotor, revela um roteiro clichê digno de um filme policial. De acordo com o memorando, Sneddon pessoalmente dirigiu até Los Angeles para se encontrar secretamente com a mãe do garoto que acusa Michael Jackson de abuso sexual. Um desses encontros, que chegou a ser reconstituído na TV americana, teve por cenário um estacionamento vazio atrás de um prédio federal.
Além disso, sabendo que a defesa de Michael Jackson havia contratado um detetive particular para investigar o caso, Sneddon pessoalmente, e sem a ajuda de qualquer investigador da polícia, seguiu o detetive e tirou fotos de seu escritório. Mais tarde, Sneddon conseguiu um mandado de busca para vasculhar o escritório do detetive, o que agora levanta a suspeita de que ele estaria em busca de alguma evidência de seu próprio envolvimento no caso. Ao ser indagado sobre o motivo que o levou a assumir o papel que caberia à polícia, Sneddon respondeu com um simples: "sem comentários".
A reportagem do programa Good Morning América sobre o assunto descreveu as ações de Sneddon contra Jackson com as palavras "vendetta" e "grudge". "Vendetta", segundo o Cambridge Dictionary, significa: "um longo e violento desentendimento entre pessoas ou famílias, em que um grupo tenta prejudicar o outro para puni-lo por coisas que aconteceram no passado"; "grudge", por sua vez, é "um forte e durável sentimento de raiva e desgosto contra uma pessoa que você sente que lhe ameaça". Linda Fairstein, uma ex-promotora e especialista, em crimes sexuais, afirma que esse tipo de "investigação pessoal" da parte de um promotor, não tem precedentes. Também segundo Fairstein, essas ações do promotor podem fazer com que ele tenha que depor durante o julgamento. Existe ainda a possibilidade de que Sneddon seja afastado da promotoria do caso e mesmo que o julgamento seja suspenso.
por Andréa Faggion
fonte: ABCNews; MJJForum


30/04/04 - GERAGOS NA MIRA DE SNEDDON? - A notícia de que o promotor Tom Sneddon se encontrava a sós e em segredo com a mãe do garoto que acusa Michael Jackson de abuso sexual continua a ter repercussão negativa para a acusação na mídia americana. O ex-promotor e advogado civil John Kelly afirmou que a ação mostra que o promotor "está obviamente obcecado com o caso" e "perdeu um pouco a cabeça". Kelly ainda nota que uma descoberta dessas contra a promotoria é como um sonho que se realiza para um advogado de defesa.

E por falar em advogado de defesa, Kelly não tinha apenas a investigação particular de Sneddon em mente quando afirmou que o promotor está perdendo o bom senso. Outro assunto comentado por ele foi um recente rumor envolvendo Mark Geragos. Segundo o tablóide US Weekly, o promotor Tom Sneddon estaria investigando o ex-advogado de Michael Jackson por suspeitas de obstrução de justiça e coação de testemunhas.

A acusação seria uma forma de Sneddon explicar por que a família, que hoje acusa o cantor, jurou por sua inocência em depoimentos colhidos por autoridades e pelo próprio Mark Geragos, no início de 2003. Afirmar que esses depoimentos tenham sido tomados sob coação parece ser a única forma de impedir que eles afetem drasticamente o caso da promotoria. No entanto, o advogado, que é hoje o criminalista mais reconhecido da América, nega que esteja sendo investigado.

Certamente, esse seria um movimento ousado para Sneddon, pois acusações desse teor, uma vez comprovadas, fariam, no mínimo, que o maior advogado dos EUA perdesse sua licença. No caminho para provar uma acusação do tipo, Sneddon também teria que lidar com uma série de obstáculos, notadamente, as várias testemunhas, incluindo as próprias autoridades, que tiveram contato com a família no período e não notaram em seu comportamento nenhum sinal de que ela estivesse sendo coagida. O fato de Geragos ter tomado os depoimentos em áudio e vídeo, e não apenas por escrito, também visa evitar esse tipo de suspeita.
por Andréa Faggion
fonte: Court TV; MJJForum



[b]30/04/04 - TUDO SOBRE A ÚLTIMA AUDIÊNCIA [/b]- No lugar de 7 acusações por supostos atos lascivos praticados com um menor e 2 acusações por supostamente intoxicar o mesmo menor, Michael Jackson enfrentará agora 10 acusações, nas quais as alegações se distribuem da seguinte forma: 4 atos lascivos envolvendo um menor (2 deles testemunhados pelo irmão mais novo da suposta vítima); 1 tentativa de ato lascivo envolvendo um menor; 4 administrações de agente tóxico a um menor, e 1 conspiração.

Esta suposta conspiração visaria à prática dos seguintes crimes, não efetivados: abdução, que, tecnicamente, significa forçar alguém a ir a algum lugar, usando de ameaça ou violência; aprisionamento, e extorsão. A alegação de conspiração envolve a prática de 28 atos não revelados ao público. Outras pessoas foram indiciadas juntamente com Michael Jackson como co-conspiradores. Seus nomes também estão sob sigilo, mas, muito provavelmente, entre os acusados estarão os assistentes pessoais de Michael Jackson, Frank Tyson e Vinny Amen.

Com a mudança quanto às acusações de abuso sexual, a cronologia das acusações sofreu também uma pequena alteração, ficando restrita agora ao período contido entre os dias 20 de fevereiro e 12 de março de 2003. A cronologia inicial era de 07 de fevereiro a 10 de março, com isso, podemos deduzir que as alegações descartadas foram aquelas supostamente cometidas sem intoxicação, que se davam entre 07 e 20 de fevereiro, ao passo que as novas acusações de intoxicação foram acrescentadas para que todos os atos de abuso coincidissem com intoxicação.

Embora o número de acusações tenha aumentado, a diminuição do número de acusações por abuso sexual favorece Jackson, pois com isso a gravidade dos supostos crimes é diminuída. Não se sabe por que o Grande Júri descartou 3 acusações de abuso sexual, porque a transcrição dos procedimentos do júri continuará sob sigilo. Apenas os advogados receberão cópias da transcrição na próxima segunda-feira. A pedido da promotoria, o juiz Rodney Melville também manterá os detalhes da acusação de conspiração sob sigilo. Sabe-se apenas que Melville também concedeu à defesa um pedido de remoção de partes de algumas linhas da acusação.

Michael Jackson, que desta vez chegou à Corte 40 minutos adiantado, se declarou inocente de todas as acusações. Na saída da audiência, tanto ele quanto seu novo advogado, Thomas Mesereau, falaram brevemente à imprensa. O primeiro a falar foi Mesereau: "É uma declaração curta. É uma grande honra e um grande privilégio aparecer nessa Corte diante do juiz Melville, em Santa Maria, onde pessoas maravilhosas vivem. Eu quero deixar claro sobre o que é esse caso. Esse caso não é sobre advogados se tornando celebridades. Esse caso é sobre uma única coisa: a dignidade, a integridade, a honra, a caridade, a inocência e a completa absolvição de um indivíduo maravilhoso chamado Michael Jackson".

Jackson falou na seqüência, dentro do mesmo espírito, ou seja, no intuito de agradar a comunidade da qual os jurados serão selecionados: "Eu gostaria de agradecer os fãs ao redor do mundo por seu amor e apoio, de todos os cantos do mundo. Minha família tem me apoiado muito, meu irmão Randy tem sido incrível. Eu quero agradecer a comunidade de Santa Maria. Eu amo muito a comunidade de Santa Maria, é minha comunidade. Eu sempre amarei essa comunidade, meus filhos nasceram nessa comunidade, minha casa, meus filhos são dessa comunidade. Eu sempre amarei essa comunidade do fundo do meu coração. Obrigado".
Michael Jackson esteve jovial no dia de hoje. Durante seu pronunciamento, ele riu quando pediram para que ele falasse mais alto. O cantor também demonstrou bom-humor em outras duas ocasiões. Ao tomar um elevador lotado ao final da audiência, ele apertou escondido o botão STOP para que pensassem que o elevador havia parado por excesso de peso. Ao entrar no carro para voltar a Neverland, ele fingiu que subiria novamente no capô do veículo, em uma alusão ao que aconteceu na primeira audiência do caso, no dia 16 de janeiro. O Rei do Pop também alugou uma pizzaria e convidou os fãs para almoçar. Aparentemente, ele também providenciou o ônibus para transportá-los até lá. O transporte até a Corte ficou a cargo dos próprios fãs.
A próxima audiência do caso foi marcada para o dia 28 de maio. A EDCYHIS, face à cobertura pouco acurada do caso, feita pela mídia brasileira, vê a necessidade de esclarecer que essas audiências não se inserem no contexto de um julgamento. A audiência de hoje se deu para que Michael Jackson tomasse ciência das acusações e se manifestasse quanto a elas. A próxima audiência será apenas para a decisão judicial sobre moções do caso, por exemplo, a manutenção ou não do sigilo quanto aos documentos oficiais.
Não há data definida para o início do julgamento, uma vez que Michael Jackson, frente às novas e diferentes acusações, abriu mão de seu direito, a um julgamento rápido que poderia então começar nos próximos dias, com isso é possível que o julgamento se inicie apenas em 2005, embora o juiz Melville já tenha manifestado seu desejo por um julgamento ainda em dezembro deste ano. Uma nova aparição de Michael Jackson na Corte de Santa Maria só deve acontecer em setembro.

por Andréa Faggion

fonte: AP; Court TV; MSNBC; MJJForum.

0 Responses to “Julgamento 2005 - Parte 7”:

Leave a comment