Julgamento 2005 - Parte 6


PARTE 6

20/04/04 - SUPOSTA VÍTIMA NÃO ESTARIA COOPERANDO - Primeiro, o jornalista Roger Friedman afirmou ter informações de que o garoto que acusa Jackson teria vacilado em seu depoimento ao Grande Júri, ao que se seguiu a divulgação por parte de insiders de que o depoimento da suposta vítima teria durado apenas 30 minutos, enquanto o depoimento de seu irmão mais novo teria sido longo e trazido uma série de novas acusações à tona.

Agora, a ABCNEWS noticiou ter tido acesso às anotações do psicólogo Stan Katz, que encaminhou o caso a polícia. Essas notas, as mesmas em que Katz aparece falando à suposta vítima sobre benefícios financeiros de um eventual processo, segundo a rede americana, conteriam alegações feitas apenas pelo irmão caçula da alegada vítima, enquanto a própria alegada vítima nada teria dito a respeito: "quando o psicólogo perguntou à alegada vítima, se Jackson havia se engajado em atividade sexual em sua presença, à alegada vítima começou a chorar e não teria respondido. O irmão mais novo foi o único a descrever o alegado toque".

Com esses dados, é de se supor até que ponto o promotor Tom Sneddon poderá contar com a colaboração da suposta vítima em um eventual julgamento. É possível que Sneddon fique na dependência do testemunho do irmão caçula. Esta hipótese beneficiaria a defesa pelo fato do testemunho de uma criança tão jovem, cerca de 8 anos na época, poder ser posto em dúvida quanto à interpretação do ato, visto que Jackson não é acusado de ter concretizado um ato sexual, mas apenas de ter tido comportamentos inapropriados na presença dos garotos e ter tocado um deles inapropriadamente. Outro ponto favorável à defesa é que, segundo o próprio pai dos meninos, a suposta vítima é quem seria "o mais honesto da família".
por Andréa Faggionfonte: ABCNEWS; MJJForum



21/04/04 - GRANDE JÚRI PODE CHEGAR À CONCLUSÃO ATÉ O FIM DESTA SEMANA - A imprensa local de Santa Bárbara, condado californiano em que Jackson responde a processo por pedofilia, divulgou que se espera para hoje o início do processo deliberativo do Grande Júri reunido para analisar o caso e decidir se o pop star deve ou não ser julgado pelo suposto crime. A decisão poderia sair até sexta-feira próxima.

Caso 12 dos 19 jurados decidam que há alguma probabilidade de que um crime tenha sido cometido, o caso será encaminhado pelo júri a um julgamento, para o qual outros 12 jurados serão convocados. Embora o próprio Michael Jackson já tenha sido exonerado por 2 Grandes Júris no passado, usualmente, a promotoria consegue um indiciamento e é isso que analistas prevêem desta vez para o cantor.

Existe a possibilidade de que pessoas relacionadas a Michael Jackson, como Vincent "Vinny" Amen e Frank Tyson, também sejam indiciadas por supostamente terem ameaçado a família de acusadores e mesmo mantido-os contra a vontade na residência do Rei do Pop. John Tacopina, advogado que representa ambos, declarou que teria um piquenique na Corte, dada a suposta facilidade de demonstrar a falsidade dessas acusações. Haveria testemunhas e gravações de vídeo que provariam que a família tinha plena liberdade e parecia amplamente satisfeita durante toda sua estada em Neverland. Especialistas ouvidos pelo jornal Los Angeles Times disseram que é comum que um promotor se volte para associados do réu na tentativa de fazer com que eles, intimidados, colaborem com a acusação.

Também é possível que o Grande Júri não indicie Michael Jackson por todas as acusações registradas pelo promotor Tom Sneddon, assim como é possível que novas acusações sejam adicionadas. Por isso, em havendo um indiciamento, Michael Jackson teria que comparecer novamente diante do tribunal para ouvir as acusações e se declarar culpado ou não, o que, segundo a imprensa de Santa Bárbara, aconteceria no próximo dia 30 de abril, data em que já há uma audiência marcada para o caso.

Um indiciamento no Grande Júri, no entanto, não significa a certeza de um julgamento. Os advogados de Jackson podem alegar irregularidades no procedimento para anular o resultado do Grande Júri, como, por exemplo, o eventual uso de provas contra o acusado obtidas ilegalmente e o descarte de provas favoráveis. Por outro lado, se não houver um indiciamento pelo Grande Júri, Tom Sneddon ainda tem a opção de levar o processo às chamadas "preliminares", fase em que ambas as partes apresentam suas evidências e o juiz decide se deve ou não haver julgamento. Neste caso, Sneddon pareceria estar em vantagem, já que o juiz responsável pelo caso, Rodney Melville, já demonstrou publicamente seu desejo por um julgamento.
por Andréa Faggion
fonte: LA Times; Newspress; MJJForum



22/04/04 - MICHAEL JACKSON IRÁ A JULGAMENTO- Como era esperado, o Grande Júri acaba de decidir que Michael Jackson deve ser julgado pelo suposto crime de abuso sexual infantil. Não se sabe o teor exato das acusações, porque o documento oficial contendo o resultado da deliberação do júri ficará sob sigilo até o próximo dia 30, quando Jackson se apresentará à Corte para ouvir as acusações e declarar qual sua posição quanto a elas (culpado ou não).

A rede americana CNN afirmou que as acusações iniciais devem ter sido mantidas, mas, como já explicado neste espaço, o Grande Júri pode tanto retirar quanto acrescentar acusações. Aparentemente, os advogados de Michael Jackson não pretendem tentar anular o resultado do Grande Júri e nem mover o processo da Corte do Condado de Santa Bárbara, pelo menos, é o que estaria implícito na nota oficial que acaba de ser divulgada por eles:

"Declaração dos Advogados de Michael Jackson em Resposta ao Anúncio de um Indiciamento - Se o Grande Júri decidir pelo indiciamento, na sexta-feira, 30 de abril de 2004, o Sr. Michael Jackson aparecerá na Corte de Santa Maria, Califórnia, quando se declarará NÃO culpado das acusações. O Sr. Jackson e seus advogados lembram ao público que o indiciamento é meramente uma 'acusação' formal. Nós também lembramos ao público que Michael Jackson, como qualquer outra pessoa acusada de um crime, é 'presumidamente inocente'.

O Sr. Jackson e seus advogados estão confiantes que, depois de um julgamento por essas acusações, o Sr. Jackson será totalmente exonerado e as alegações contidas no indiciamento serão provadas falsas.

Neste caso, o Sr. Jackson não é apenas 'presumidamente' inocente, mas é de fato inocente. Michael está esperando por seu dia na Corte e deseja agradecer aos milhões de fãs de todo o mundo que continuam a apoiá-lo durante esse período difícil".

Os advogados de Michael Jackson se referem ao indiciamento como uma hipótese, porque, oficialmente, o assunto deveria ser sigiloso ao menos por enquanto.
por Andréa Faggion
fonte: ABC; MJJForum; MJJSource

22/04/04 - JORNALISTA FAZ REVELAÇÕES SOBRE CASO JACKSON E LANÇA SUSPEITA SOBRE PROMOTOR - Roger Friedman, colunista da FoxNews que acompanha a vida de Michael Jackson há anos, esteve há pouco nesse canal de notícias comentando seu último artigo sobre o caso, divulgado hoje, e prometendo ainda mais para os próximos. Friedman é conhecido por ter usado no passado fontes pouco confiáveis em se tratando de Jackson, que, aparentemente, usaram-no para espalhar rumores negativos acerca da situação financeira do cantor, como é o caso do ex-assessor Lee, a quem o próprio jornalista hoje considera como uma fonte sem credibilidade.

Hoje em dia, por mais que não se deva dar como fato informações obtidas por fontes anônimas e citações indiretas, recurso constante desse jornalista, Roger Friedman parece mais confiável, pois ao menos seu último artigo é o menos vago e mais detalhado já escrito por ele sobre Jackson até hoje, além de se ajustar a tudo que já se tornou público sobre a estratégia da defesa do astro.

O foco principal deste artigo é o envolvimento no caso dos jovens Vincent Amen e Frank Tyson, que, segundo o advogado que representa ambos, Joe Tacopina, não foram indiciados. Especulava-se que Amen e Tyson seriam acusados, respectivamente, por manter a família de acusadores contra a vontade em Neverland e ameaçar o irmão da suposta vítima para que ele não delatasse o alegado abuso que teria testemunhado. Friedman revela que a dupla tem em seu poder correspondências, recibos e muitas outras evidências que demonstrariam o tipo de experiência que eles tiveram com a família dos acusadores, o que condiz com declarações públicas de Joe Tacopina. O próprio Roger Friedman afirma ter visto algumas dessas evidências e confirma que elas não ajudariam em nada à promotoria.

Talvez, a mais interessante revelação de Friedman diga respeito justamente ao promotor. Segundo o jornalista, quando a dupla de rapazes levou a família dos atuais acusadores de volta à sua residência em Los Angeles no dia 16 de janeiro de 2003, um cartão de visitas de ninguém menos do que Tom Sneddon foi visto por eles no apartamento. Segundo os rapazes, a mãe da alegada vítima teria pegado o cartão e ligado para Sneddon.

Friedman afirma também considerar absurda a idéia de que os rapazes poderiam ter ameaçado ou retido a família contra a vontade em algum lugar. O jornalista, que se encontrou com Tyson 2 vezes, em 2000 e 2002, diz que, por sua experiência pessoal com ele, isso não seria nem remotamente possível.
A história da relação entre Tyson, Amen e a família contada por Friedman condiz com informações que já circulavam sobre o assunto. O empresário de Jackson, Dieter Wiesner, teria sido encarregado de lidar com a família após a exibição do especial de Martin Bashir, que a colocou no centro de uma especulação mundial. Wiesner teria delegado a função a Mark Schaffel, produtor cinematográfico amigo de Jackson, que, no entanto, estava ocupado com a gravação do documentário, resposta do cantor e passou a tarefa justamente a Amen e Tyson. Os dois então cuidaram de manter os mais detalhados registros de toda sua relação com a família. Esses registros serviriam agora não apenas à defesa da dupla, como também à de Jackson. Como o período registrado condiz justamente com as datas do suposto crime, Friedman considera Tyson e Amen como as "estrelas" da defesa no tribunal, que darão uma grande dor de cabeça ao promotor.

Amen e Tyson, sempre segundo o artigo, mas também de acordo com informações já disponíveis anteriormente, testemunharão as constantes queixas e exigências da mãe, bem como sua raiva quando Jackson não a atendeu. A mãe teria dito ao cantor: "faça de meus filhos estrelas". Nas palavras de Friedman, a mãe será descrita no tribunal como "uma oportunista conspiradora e sanguessuga". Ela teria dito aos dois jovens que não sairia de Neverland, a não ser que Jackson lhe comprasse uma casa em um condomínio próximo. Ela também queria um emprego na MJJ Productions, empresa do cantor.

Tyson e Amen teriam cuidado das crianças, enquanto a mãe estava fora com o namorado. A tarefa de ambos só teria se encerrado por volta do dia 15 de março de 2003, quando a mãe pediu para que eles levassem as crianças para a casa dos pais dela. Exatamente neste período, no dia 10 de março, o último suposto ato criminoso contra uma das crianças teria sido cometido por Jackson, por aí se vê a importância que esses testemunhos realmente terão no julgamento.
por Andréa Faggion
fonte: FoxNews; MJJForum

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