Julgamento 2005 - Parte 4
PARTE 4.
13/02/04 - UM TRUNFO DE MARK GERAGOS - Ao que tudo indica, o advogado de defesa Mark Geragos tem uma grande cartada a ser jogada em um eventual julgamento do caso envolvendo as denúncias de abuso sexual contra Michael Jackson e isto está preocupando o promotor Tom Sneddon. A defesa possui um vídeo de cerca de duas horas em que o garoto que faz as acusações, e sua família são entrevistados por Geragos. Na entrevista, todos negam veementemente que algo errado tenha acontecido entre o garoto e Jackson. O promotor quer o tape, mas a defesa argumenta que faz parte do direito do réu manter suas evidências sob sigilo até o julgamento. O juiz decidirá se Sneddon poderá ter acesso ao vídeo.
Por Andréa Faggion
fonte: CNN; MJJForum
14/02/04 - NOVA ENTREVISTA DO PAI DO GAROTO - O pai do garoto que faz as acusações de abuso sexual contra Michael Jackson foi entrevistado por Larry King, na companhia de seu advogado, Russel Halpern. Halpern fez uma revelação curiosa no decorrer da entrevista. Ele afirma ter recebido uma carta do promotor Tom Sneddon que o alertava que ele seria uma testemunha em potencial. Halpern então ligou para Sneddon perguntando por que ele poderia ser uma testemunha. Estranhamente, Sneddon explicou que ele poderia ter seu testemunho usado para atacar a credibilidade de outras testemunhas. Halpern tem publicamente atacado a credibilidade da mãe do garoto e assim perguntou, quais seriam as testemunhas, cuja credibilidade ele poderia ameaçar. O promotor reconheceu que seriam justamente as testemunhas de acusação. Surpreso, Halpern perguntou: "Você está me dizendo que vai me chamar como testemunha, para atacar suas próprias testemunhas?
Obviamente, Sneddon não teve resposta para isso. Em seguida, Halpern ligou para o advogado de Michael Jackson, Mark Geragos, e perguntou se ele achava que ele seria uma testemunha. Ambos os advogados concordaram que nada que Halpern pudesse dizer seria admissível na Corte (possivelmente, pela confidencialidade que se exige na relação cliente/advogado e por Halpern não ter presenciado diretamente o comportamento da mãe do garoto sobre o qual relata). Halpern então conclui que Sneddon estava apenas tentando calá-lo na mídia, mentindo sobre a possibilidade dele ser uma testemunha, pois, graças à proibição judicial de que os envolvidos no caso se manifestem publicamente sobre o assunto, potenciais testemunhas devem se calar.
O pai do garoto, por sua vez, justamente pela possibilidade de vir a testemunhar, não fez grandes revelações, apenas se referindo a Jackson, mais uma vez, como um bom amigo, mas deu a entender que o menino estaria sendo manipulado pela mãe para acusar Jackson. Em tempo, Sneddon tem se empenhado pessoalmente para que o pai não possa ver o filho e tirar o assunto a limpo.
por Andréa Faggion
fonte: CNN; MJJForum
22/02/04 - GERAGOS PROPÕE QUE PARTES POSSAM SE MANIFESTAR EM DETERMINADAS CIRCUNSTÂNCIAS - Como se sabe, desde o dia 16 de janeiro, as partes envolvidas no processo por abuso sexual contra Michael Jackson estão proibidas de se manifestarem publicamente sobre o caso. Em meio a uma avalanche de rumores e especulações contra o cantor na mídia americana, seu advogado, Mark Geragos, mais uma vez registra uma moção solicitando que o juiz faça restrições à sua decisão inicial. Geragos propõe que a promotoria, a defesa ou ambos tenham o direito de se manifestarem com as seguintes condições: 1) a premissa do rumor é falsa, errônea ou qualquer outro tipo de engano, que, a não ser que seja prontamente refutado, pode impedir um julgamento imparcial; 2) a resposta deve se limitar ao que é estritamente necessário para esclarecer o assunto; 3) a resposta deve se dar pessoalmente, em um press release ou em um vídeo gravado e deve ser simultaneamente enviada ao outro lado.
por Andréa Faggion
fonte: Mark Geragos; MJJF
26/02/04 - Gavin Arvizo defende Michael Jackson em vídeo
Como todos sabemos, a exibição do documentário Living with Michael Jackson, que mostra o Rei do Pop de mãos dadas com um garoto, afirmando ter dividido o quarto com ele, provocou imensa especulação na imprensa do mundo inteiro a respeito da natureza da relação entre Jackson, acusado de abuso sexual infantil em 93, e o menino. Christian Robinson foi o cinegrafista responsável por documentar em vídeo para Michael Jackson a reação do garoto e de sua família à avalanche de comentários na mídia. No vídeo, gravado logo em seguida ao documentário, Michael Jackson é passionalmente defendido por todos. Robinson, que não mais trabalha para Jackson, afirma, em entrevista concedida a Rede Americana ABC, ter entrevistado a família por cerca de uma hora e meia. Ao perguntar se algo impróprio havia acontecido, todos responderam: "absolutamente não". Robinson afirma ter pedido à família para falar a verdade "provavelmente, mais de 30 vezes". Ele confessa que essa entrevista o convenceu da inocência do cantor: "Eu vou dizer uma coisa a vocês, a família não foi coagida. A família foi incrivelmente passional. Houve lágrimas, eles estavam de mãos dadas, falando sobre Jesus e Deus, e Michael como a maior figura paterna". A família atribui a Michael, no vídeo, a cura do câncer que atingia o garoto.
Robinson diz que não sabe onde o vídeo estaria agora, depois das buscas realizadas pela polícia, mas a existência desse tipo de evidência da inocência de Michael Jackson, parece explicar por que a acusação oficializada diz respeito apenas a atos supostamente cometidos depois da exibição do documentário, entre 07 de fevereiro e 10 de março. Para que a alegação tenha alguma credibilidade, a família precisaria justamente dizer que o crime teria sido cometido após terem dado esse tipo de declaração. A mãe do garoto afirma mesmo que não era de seu conhecimento que o suposto abuso tivesse ocorrido até meses depois da exibição do documentário, por volta de junho de 2003. No entanto, ela já havia contratado um advogado civil muito antes dessa data, por volta do final de 2002 e começo de 2003, o que motivou a contratação por parte de Jackson de Mark Geragos, advogado criminalista, no dia 03 de fevereiro de 2003. A mãe do garoto apresenta comportamento instável devido a problemas psiquiátricos e, tem passado períodos, internada em clínicas de recuperação.
Em tempo, na mesma entrevista, o cinegrafista falou também sobre a relação de Jackson com seus próprios filhos. Segundo ele, trata-se de uma família como qualquer outra e de crianças normais. Robinson não vê Jackson desde o dia 17 de novembro de 2003, em Las Vegas onde registrava em vídeo o contato do astro com os fãs.
por Andréa Faggionfonte: ABCNews; MJJF
01/04/04 - SUPOSTA VÍTIMA JÁ TERIA TESTEMUNHADO NO GRANDE JÚRI - Embora o Grande Júri, teoricamente, seja totalmente secreto, há informações de que a alegada vítima já teria prestado seu testemunho, assim como Jamie Masada, que declarou ter apresentado o garoto a Michael Jackson e, mais tarde, admitiu nunca ter se encontrado com o Rei do Pop. Outras testemunhas, até o momento, foram Stan Katz, o psicólogo que denunciou o abuso após entrevista com o garoto em que conversaram sobre os benefícios financeiros de uma acusação, e o advogado Larry Feldman, responsável pelo acordo milionário entre Michael Jackson e a família Chandler nos anos 90, que levou também o garoto que faz as acusações atuais ao psicólogo que fez a denúncia. Segundo a rede de TV CourtTV, o próprio Jordan Chandler, a alegada vítima de 93, não atenderá ao convite para testemunhar.
por Andréa Faggion
fonte: SkyNews; MJNI; CourtTV; MJJForum
03/04/04 - COBERTURA COMPLETA DA ÚLTIMA AUDIÊNCIA DO CASO JACKSON - Definitivamente, esta foi uma semana positiva para Michael Jackson. Enquanto o astro finalizava uma viagem de sucesso à capital americana, seus advogados obtinham importantes vitórias na última audiência do processo enfrentado por ele. Do lado de fora da Corte, fãs e partidários de Sneddon, estes em pequeno número, seguravam cartazes.
Os principais advogados de Michael Jackson, Ben Brafman e Mark Geragos, alegaram na audiência que a promotoria está escondendo da defesa evidências favoráveis ao acusado, recolhidas nas diversas buscas realizadas no caso. A defesa declarou só ter recebido material editado e reivindicou acesso à totalidade do material recolhido nas buscas. O juiz Rodney Melville acatou a reivindicação e ordenou que o promotor entregue o relato completo de suas buscas à defesa. Caso isso não aconteça, Brafman e Geragos pretendem tentar dissolver o Grande Júri que analisa o caso, pois eles não teriam tido condições de entregar essas evidências pró-defesa aos jurados, o que é direito do acusado.
O juiz Melville também concedeu à defesa o direito de acesso aos documentos do caso J.C Penney, uma loja cujos seguranças foram acusados de abuso físico pela mesma família que hoje acusa Michael Jackson de abuso sexual. Estes documentos incluem relatos escolares e psiquiátricos da família dos acusadores e da alegada vítima de Michael Jackson em particular. A promotoria também receberá cópias da documentação. A defesa terá acesso ainda a exames médicos da suposta vítima. Provavelmente, a intenção é demonstrar que o garoto, ao contrário do que alega, não teria sido intoxicado por Jackson.
Melville não chegou a uma decisão, quanto ao famoso e misterioso, audiotape, apreendido pela promotoria em uma busca no escritório de um detetive particular da defesa. O tape está sob custódia da Corte, porque a defesa alega que a apreensão violou direitos relativos à relação cliente/advogado, garantidos por lei. O juiz já havia se decidido por impedir que o promotor Tom Sneddon tivesse acesso à gravação, porque, segundo ele, o tape revelaria a estratégia da defesa. Sneddon recorreu da decisão e o juiz disse que ouvirá novamente a gravação antes de apresentar sua palavra final.
A defesa aproveitou a audiência para entregar à promotoria 100 itens, incluindo 20 notebooks e documentos relativos ao processo de 93, que conteriam, segundo Brafman, evidências capazes de exonerar Michael Jackson. A promotoria deve entregar o material ao Grande Júri. Um livro espesso contendo evidências de que as testemunhas até agora apresentadas por Sneddon ao júri mentiram, também será entregue a cada jurado. Provavelmente, este material foi entregue apenas agora, e não quando Sneddon requisitou as evidências da defesa, no início do Grande Júri, porque, desta forma, as testemunhas não puderam ser preparadas e os jurados poderão comprovar que elas mentiram sob juramento. A defesa requisitará que essas testemunhas voltem a depor para serem interrogadas pelos jurados face às evidências agora apresentadas. O júri também ouvirá novas testemunhas como o pai do garoto que faz as acusações e seu advogado, que devem depor a favor de Jackson.
Quanto à proibição de que as partes se manifestem publicamente sobre o caso, o juiz decidiu que respostas ao que for noticiado na mídia devem ser entregues por escrito a ele para que ele decida quais poderão ser divulgadas. Melville também ordenou que os nomes das testemunhas do caso sejam mencionados apenas em moções sigilosas para que a mídia não tenha acesso a eles. A próxima audiência foi marcada para o dia 30 de abril.
por Andréa Faggion
fonte: AP; Reuters; Yahoo; MJJForum
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